sexta-feira, 26 de junho de 2020

sexta-feira, 21 de junho de 2019

Ausência na Virada da Cultura, Presença na Cultura do Coração

Fernando Aoki - junho de 2019

Texto carregadérrimo de referências externas, legitimamente emocional, 2ª leva

Seis semanas (até mais?) desde um antológico reencontro há mais de quinze anos, desde um fortuito show no Centro Cultural São Paulo, do qual nem lembro os detalhes, só do Gero Camilo recitar “Sonetos de Shakespeare” quase uma década antes de repetir a dose em rede nacional no último episódio do Global “O Som e A Fúria”.

Esse reencontro num local generoso em acolhida e precarérrimo em condições a artistas e platéia, tão precário quanto a chuva, naquela noite tempestuosa, ter promovido seu próprio efeito especial involuntário ao adentrar sobre o pobre do artista, e meu primeiro pensamento durante aquele evento não foi nem a coragem de prosseguir o show mesmo sob condições tão adversas, risco de choque elétrico nada desprezível: meu pensamento foi “graças à providência, esse meu amigo adicionou esse chapéu panamá como indumentária de espetáculo!”.

Diversas postagens em Facebook depois dessa fatídica audição sob o temporal, cantei e me encantei saboreando praticamente cada sílaba das letras de música que sempre me emocionaram e continuam me emocionando, inclusive pela capacidade de expressar opiniões completas minhas acerca de fatos e causos da política e da cultura desse meu país.

Um certo lamentar por desconhecer as músicas mais recentes por parar de acompanhar sua carreira nos últimos cinco anos – ó meus destinos! como sou fissurado nas datas, eu podia ao menos fazer o favor de elencá-las corretamente! --, um lamentar obscurecido pela força das letras e do repertório que só vai até “Ei, Pasquale!” e onde “Encontrei Confiança!” acabei adotando como meu hino de batalha. No qual “antes do fim-do-mundo, mundo vai acabar” virou meu bordão favorito, naquela crença coachística e neurolingüística de que quanto mais eu repetir as ideias em tom de evocação e desejo, mais elas se afastarão de mim, daí eu exagerar com minha persistência no “é só tocar no ponto G da bomba H”, e naquele “o Profeta Gentileza fez questão de confirmar que tudo isso é só questão de tempo, é só questão de tempo para o tempo fechar”!

Um vínculo forjado em amizade e respeito profundo ao trabalho do outro, apesar de jamais ter mostrado os meus a nenhum de meus amigos à época da grande convivência -- rezam as más línguas que seria hoje stalkeamento e assédio moral, apesar dos shows serem espetáculos abertos a público (pagante ou não) e abraçar o afeto de fãs ser do interesse de qualquer artista de espetáculo envolvendo platéia (até os sem-palco) --, uma capacidade de utilização e difusão de ideias e pensamentos compartilhados, transformados em pequenas trincheiras de resistência ao lugar comum e obviedades, ao solapamento do livre-pensar sob a bota da mononarrativa fascista, onde transformamos toda opinião contrária à nossa (ênfase no pronome da primeira pessoa “nós”, me recuso a posar de santa ou de imune ao canto da leviatã) num belo dum inimigo figadal. Semanas dispersando belos libelos antifascista através de inspiradas letras de música, de inspiradas canções, via Facebook afora, quiçá um ou outro grupo de Whatsapp.

...e no entanto, ó fraqueza de gênero, ó lastimar de quem adora se escudar sob pretextos de gênero (Kleber é homem, as meninas das Orquídeas são mulheres, têm preferência) ou de número (é um só, elas são várias, escrever para várias de uma vez mais inspirador que escrever para um só!), eis que após um formidável show de reencontro delicioso numa manhã de domingo de uma virada cultural, após quinze minutos de conversa com uma amiga querida no WhatsApp, na terça de manhã escrevo o texto mais poético de toda a minha vida, e num gênero de escrita que jamais sonhei cometer um dia, o do relato cronístico -- com pinceladas poéticas. Dois dias de diferença entre texto e fato, apenas. Já o do show do Kleber e deste relato atual, seis semanas e meia, quase 45 dias, é vergonhoso, e assumi-lo como tal ajuda a minimizar o mimimi interior e o caráter de desfeita.

O show do Kleber Albuquerque havia acontecido numa sexta-feira, no espaço Cultural Tendal da Lapa, pelo menos cinco semanas antes da Virada Cultural de SP, e só agora reuni inspiração para este relato aqui que chega às suas mãos, praticamente uma promessa de campanha que meu eu bisonhamente sexista porém hilariamente hedonista me orgulho de cumprir. -- Ainda que esteja me segurando para não disparar frases feitas de efeito estilo “homem é foda, homem só pensa com o pinto mesmo, homem só consegue ser solidário com o gênero masculino quando não entra mulher na parada” e outras cretininhas assim --.

Oportuno que este meu amigo, para quem oscilei essa dubiedade, saindo da negligência e inclinando para a louvação, esteja lançando um novo trabalho, um novo disco agora, “Os Antidepressivos Vão Parar De Funcionar” (e que por problemas de agend$, eu mesmo não esteja podendo acompanhar novos shows e as novas músicas). Assim, aproveito para exortar você, que me lê, a procurar saber do que se trata, se vale a pena, se é tudo isso que afirmei ou se é apenas delírio de fã capaz de negar a realidade dos fatos, tornando uma simples opinião naquele desagradável evacuar de regras, indignas da sabedoria de um “...e eu nem ligava, guardava os mistérios em seu porão, trancava o meu mundo e me escondia no fundo do seu coração!”

quarta-feira, 19 de junho de 2019

Virando a Revirada da Cultura

Fernando Aoki, maio de 2019

Texto carregadérrimo de referências internas, emocional legítimo - 1ª leva

"...e em meio àqueles zumbis notívagos que atravessaram com alegria e entorpecimento grupal a fria madrugada da Virada Cultural, se preparando para voltar a pular e a curtir aquelas músicas recebendo o novo amanhecer, seus olhos estavam igualmente vermelhos, mas como resultado das lágrimas, água salgada vertida ao reencontrar aquelas senhorinhas de espírito eternamente jovem, com o telão de fundo foi exibindo suas fotos de quando seus corpos, seus rostos, assim também ratificavam seu interior.

Aquelas artistas com "A" maiúsculo exercendo sua arte com a emoção à flor da pele, coração aquecido pela presença de um público até maior do que o horário e o desgaste da maratona fariam pressupor, e nelas, um pequeno pico de calor e sorriso ao reconhecer aquele velho fã de outrora, o homem envelhecido que chorava de emoção pelo reconhecimento das amigas, que ao cantarolar junto as músicas e a aplaudi-las efusivamente também se viu jovem novamente."

terça-feira, 18 de junho de 2019

Textos aleatórios no limiar da chantagem emocional - 1ª leva

-Pelo-Walter-Ego-Em-Crise", mais conhecido como bloqueio criativo ferrado de tudo!

Eu vou sair dessa nem que tenha que encapar um fantoche-de-mão de castor na mão direita, começar a conversar com ele como se fosse um guru espiritual e arrancar ele fora de mim com uma serra elétrica... ooops, isso aí foi um filme dirigido pela Jodie Foster com o Mel Gibson e o Anton esqueci-o-sobrenome! Menos, Aoki, menos!!!

O pior que pode acontecer é eu ir parar no norte da África para traficar armas de fogo (pô, imitar um poeta que nem conheço muito menos não admiro, o Arthur Rimbaud, é mancada!!! Tenta de novo!)

...

Bem, sempre resta o telemarketing de atendimento técnico à consumidores de eletroeletrônicos, não é mesmo?!

...especialmente os que gostam de gibi de pancadaria de graça, e principalmente os que gostam de criticar gibis de pancadaria dados de graça que fizeram eles perderem o seu precioso tempo de existência lendo algo que merecia ser apagado da memória da humanidade... ("dramático, eu? imagina!!!")


Não se preocupe em ser o que você já foi, só e eventualmente, se lhe causar algum transtorno imediatamente perceptível, se aquilo que o divertia bastante naquele tempo nostálgico agradável não serve mais e só lhe causa estranheza e algum desagrado... e se for asco, corra direto sem pensar duas vezes pro consultório do analista ou do psiquiatra, o que sua percepção interior lhe apontar como mais efetivo e menos demorado!

domingo, 28 de abril de 2019

Sobre este Blog renomeado aqui!

"Meu Pai Matava Monstros" começou como um blog que iria disponibilizar uma série de tiras em quadrinhos que jamais consegui fazer. Era ums derivada do seriado em gibi do homem de lata que avoa pelo espaço, mas olhando novamente vi que era uma nerdice minha fazendo histórias desconexas, praticamente um fanfic de meus próprios personagens, só que sem preocupação com explicações nem com apresentações nem para usufruto do público em geral.

Em bom português, um excelente laboratório para todas as porcariadas experimentais e sem noção e sem rumo que eu quiser postar, um espaço lúdico para mim mesmo, um verdadeiro diário do Angeli em crise, ainda que eu não tenha um vinte avos (1:20 !!!) da produção, know-how e expertise desse ilustre autor, tenho a vontade de me exprimir e compartilho das inseguranças de não confiar no meu próprio taco e do eterno conflito do branco da folha versus o imobilismo da pena!

Se você acredita piamente que irá encontrar referências e idéias sobre processos criativos e métodos de destravamento e libertação de grilhões autoinfligidos, seja muito bem-vindo! Se você acha que esta viagem em ácido aqui faz tanto sentido quanto qualquer delírio Matsumotoano, pode permanecer aqui para dar risadas, mas se começar a vandalizar vou te pôr para fora com a ajuda dos capangas... ooops, seguranças!



Welcome to the jungle!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Anotar é preciso...

Anotar é preciso

...alivie o trabalho do cérebro: use bloquinhos de anotação, com pauta e sem pauta... se necessário for, use aquele serviço do Google de armazenar documentos eletrônicos, o google Doc.

Bloco de notas, Editores de texto, arquivos de desenho... junte tudo... pegue pedaços de pequenos de papel em branco (tamanho de metade de um gibi ou página daqueles mangazinhos pequenos), escreva uma determinada situação X com o personagem Y. Escreva outra, e mais outra e mais outra.

Espalhe os papéis pelo chão (uma mesa será muito pequena dependendo da quantidade de eventos que você quer fazer). Tente pôr em ordem cronológica, e se tiver tramas paralelas, monte uma linha de papéis correndo do lado.

Veja se as sequências de eventos bolados são uma coletânea de pequenas situações contáveis em quadros tão curtinhos a ponto de poder fechar numa única história, ou se na verdade não passam de grandes descrições vagas que praticamente precisam de uma sequencia de trinta páginas para cada papelzinho (isso considerando 6 quadros por página em média!).

Se for este o caso, aí não tem jeito... é considerar essa sequencia de eventos uma megassaga, e anote de alguma maneira a ordem em que você montou esses diagramas de sequencias de eventos (fotos digitais do celular tão valendo nessa hora! passar a limpo dá trabalho, mas ajuda a reforçar a memorização da sequência e o futuro manejo de cada episódio).

Aí tem que pegar cada papelzinho (comece pela trama mais interessante, estimula o trabalho!) e desdobre aquela situação em eventos pontuais, cenas mesmo, cada quadrinho. Monte novamente seu grupo de papeizinhos anotados para espalhar, só que agora correspondendo a um único papel maior, e agora, além dos que você já tem bem claro o que quer, você tem obrigatoriamente que amarrar a trama completando as lacunas...

O duro é passar da etapa da descrição da situação para uma marcação de cena com os personagens, os diálogos, legendas se houver, ambiente da trama...

Blogson Crusoe: TENTANDO RESPONDER A UM AMIGO

Blogson Crusoe: TENTANDO RESPONDER A UM AMIGO : A década de 1970 foi a época em que a televisão entrou definitivamente na minha vida, pois q...